quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Só Deus é quem sabe...

Eu estava ouvindo ”Só Deus é quem sabe”, música do Guilherme Arantes que a Elis Regina gravou, e veio um fato à minha cabeça. Muita gente mora sozinha e sente falta de uma companhia que lhe agrade, de um semelhante (e porquê tem que ser semelhante?), e o mesmo acontece com quem mora com o quê mais parece uma colônia de piolhos, de tanto que procriam. Mesmo desiguais, eles se sentem tão sós quanto uma solitária formiga diante de um migalhão de bolo, incapazes de conduzir o quê se tem a aproveitar. Seja solitário ou superprocriativo, só encontraremos amizade verdadeira (salvo aqueles que têm quem lhe empreste 100 Reais ou mais) nos animais. Uns gostam, outros dizem que não, mas seja um gato ou um cachorro (cito estes por serem mais abandonados), ele poderá mudar sua vida. Seja em instituições, onde você conhecerá animais que vem sendo tratados, ou, principalmente, na rua, quando a criaturinha te olha com carinha de quem quer um lar, de quem quer alguém que o ame como ele quer amar (não entenda isto por zoofilia), e, às vezes, até acredita que você o levará consigo, mas seu descaso depois dos primeiros agrados (que geralmente quem gosta de animais o faz) vem definir o “não”, o fim da relação que mal começou; e o bichano volta pras ruas, caçando outra esperança, comendo lixo pra sobreviver, chutado por uns, temido por outros, ignorado pela maioria, ou atropelado na pista.


Demos o nome de Bolinha à primeira cachorra que minha mãe permitiu que eu e meus irmãos ficássemos. Eder, meu irmão mais velho e falecido há pouco, tinha de treze pra catorze anos e se afeiçoou à ela e vice-versa, quando estava no açougue acompanhando a minha mãe às compras. No caminho de volta à casa, a vira-lata a o seguiu, e quando chegou, todos nós nos encantamos com ela, que era pequena, branca, tinha as orelhas pretas e era cheia de bolinhas da mesma cor, daí o nome, e devia ter de 2 a 4 anos de idade. A gente morava em Guadalupe, na rua Torquato Tapajós, numa casa com um terreno de área não construída enorme, cheio de árvores, onde ela deu luz a seis filhotes, entre eles, Maria Carolina, que ganhou esse nome porque nasceu no mesmo dia da filha da Rosália, personagem da Nívea Maria em Dona Xepa, novela global de 1977, nossa segunda cadela, a única que nós ficamos da cria da Bolinha.
Na verdade, eu fui com a cara dela e ela foi com a minha, e eu convenci a minha mãe a deixá-la entre nós.


Acostumada a ter exclusividade nos carinhos, Bolinha brigava muito com a filha, por espaço físico e atenção emocional, e a coitada da Carola, como nós chamávamos a filha, sempre apanhava da mãe. E além da lembrança trazer um pouco de tristeza, pois Bolinha, que sempre voltava quando costumava fugir para dar seus passeios na rua, foi pega pela carrocinha de cachorros (um abuso), quando nos mudamos para Turiaçu, e Maria Carolina, a nossa Carola, morreu no mesmo bairro, ao tentar dar a luz a dois filhotes de um cachorro bem maior que ela.


Já com a Maria Eduarda, a história foi um pouco diferente. Em 1994, ela era filhote de uma gata de rua e, quando a mãe se descuidou, eu e o Lupicínio, um amigo meu que anda sumido, a subtraímos. Da Vila da Penha, onde minha mãe morava, ela foi parar numa quitinete da Prado Junior, em Copacabana, onde eu morava. Essa gata era um barato, toda branca, tinha um olho azul e outro verde, que dizem ser característica da “raça pura brasileira”, e só gostava de dormir no meu peito (enquanto pequena). Quando eu voltei pra casa da minha mãe, ela ganhou mais espaço, era um triplex onde ela só gostava de ficar na laje e nos telhados vizinhos, sumia, mas, por incrível que parecesse, nunca se interessou por nenhum gato, e nós desconfiávamos que ela fosse sapatão, pois nunca teve uma crise de cio nem uma cria. E porquê não haver homossexualidade entre os animais? Eu a apelidei de Doida, e a chamava mais assim do que de Maria Eduarda. Eu entrava em casa, bêbedo ou não, e gritava: -"Doida!", umas duas ou três vezes, e de onde ela estivesse, a doida vinha se esfregar nos meus pés. Era demais!

Depois, em 1995, veio o primeiro cachorro, Fabinho, um varão procriador que não negava fogo. Era um poodle, e como eu gostei da raça, acabei adquirindo duas irmãs dele, Kaya, em dezembro do mesmo ano, e Marijüana, a de rabinho enrolado que nasceu em abril de 1996, uma pretinha e a outra branquela.
A segunda teve uma filhotinha lindinha que me agradou de imediato, a Michelle, e a Kaya teve a graça de ter a Caiana, que puxou o jeito da mãe, a cor do pai, e que ainda me acompanha. Quando mudamos pra Jacarepaguá, envenenaram a minha gata, que era uma espécie de mãe dos cachorros, eu já a encontrei morta no banheiro, em busca de água, e, afora o Fabinho, que morreu de câncer, os outros foram morrendo de velhice.

Eu tenho companhia, a Caiana é uma amiga e tanto, só em demonstrar o seu amor por mim. Animais geralmente são carentes, e isso é natural, já que sua prole não costuma ficar com eles, mas talvez você, que tem a sorte de conviver com sua família, seja mais carente do que o animal, talvez ele seja o amigo que você mais precisa ter. Adote um vira-lata!

tom.maria@hotmail.com

Boa Sorte!

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Carrapatos e pulgas? Saiba como eliminá-los.

Ambos são parasitas que se alimentam do sangue animal, e rapidamente infestam o ambiente onde eles vivem. Criolina? Butox? Nada disso. Isso é coisa do passado. A melhor forma de eliminar estas pragas sugadoras é com o uso de IVOMEC. Alguns veterinários não o recomendam, já que normalmente ele é aplicável para bovinos, caprinos, equinos e similares, e inclusive associam sua incompatibilidade a causas alérgicas e até um número pequeno de óbitos de cães e gatos, mas o segredo esta na dosagem. No Pet Rabicho, que fica na Avenida Comandante Guaranys, 20, loja A, Cidade de Deus, o Maikon, que te atende com simpatia, me explicou que eles já vendem a dose certa na seringa (1ml a R$5,00, é o que basta), e é bom você ter quem saiba aplicar no ponto certo, para não causar danos ao cachorro e/ou gato, como cegueira ou morte.
Já fiz uso deste veneno antiparasita há cinco anos (minha cunhada aplicou), e durante esse período, os carrapatos e pulgas sumiram dos meus (então) cinco cachorros. Porém, agora os carrapatos voltaram a atacar minha única cadela, a Caiana, e na sexta-feira (quando minha cunhada estará em minha casa), eu estarei no Pet Rabicho comprando 1ml de IVOMEC para dar sossego à Caiana e a mim, pois, se deixar, os parasitas dominam a casa.

tom.maria@hotmail.com

Boa sorte a todos!

sábado, 14 de agosto de 2010

Para desenvenenar cães e gatos queridos.

O PRIMEIRO DIA:
O tempo urge, portanto, serei curto. Inicialmente, o seu animal estará agitado e gemendo agudo, agonizando, rodando sobre o próprio corpo, sintoma de que foi envenenado por "chumbinho". Não se apavore, dê um rápido banho nele e, logo em seguida, seque-o bem, faça-o engolir dois ovos crus e introduza, repetidas vezes, seringas (sem agulha, é lógico!) de água morna (nem fria nem muito quente) em sua garganta, até que lhe seja provocado um vômito abundante, depois lhe dê uma colher grande de água oxigenada para diminuir o excesso de baba, e quarenta gotas de ATROVERAN COMPOSTO também na seringa (para amenizar a dor no estômago), envolva-o em várias toalhas e vá encomendar o principal no Petshop mais próximo, que são:
1 - ENTEREX
2 - ELETROLÍTICO PET
3 - ANTITÓXICO SM LIPOTRÓPICO
4 - SERINGA de 5ml
Juntos, estes três remédios não passarão de R$18,00 a R$20,00, e salvarão o seu bichano.


Seu animal dará indícios de que está morrendo a todo momento, pois estará fraco, sem coordenação motora, sem comer, babando incessantemente, sem beber água e, às vezes, remelando os olhos (limpe-os com soro fisiológico), olhando pra você como quem estivesse se despedindo, mas a sobrevivência do seu amigo de estimação depende de você.


Não insista em dar comida, ele a rejeitará por uns dias, assim como não terá forças para andar até o pote de água, entretanto, às vezes mudará de lugar para aliviar sua confusão mental e perda temporária da visão, efeitos do veneno, e é imprescindível não ligar televisão nem som (principalmente altos) perto do animal pelo menos por 6h a partir do momento em que ele foi envenenado, pois sua audição fica superaguçada e o barulho o atormentará, deixando-o em um pânico apático de quem não pode se mexer. Ponha um pano seco no chão (no local onde ele mais tem afinidade, de prefêrencia ventilado, pois o maldito chumbinho leva a perda de oxigenação), coloque-o em cima e cubra-o com dois panos grossos, para baixar a hipotermia e, bem aquecido, ele parar de tremer, faça também uma massagem circular no coração dele, apertanto os dedos de vez em quando, durante 5 minutos, ou até mais se for necessário.

Voltando do Petshop, em um copo largo, dissolva o ENTEREX (carvão vegetal ativado) em 40ml de água (3 dedos magros) e misture bastante. Encha uma seringa de 5ml com esta substância preta e densa, e introduza na garganta do animal, repetindo este processo de 8 em 8h, até terminar o remédio. Passando 2h da aplicação do ENTEREX, você misturará, em outro copo largo, 40 gotas do ANTITÓXICO SM LIPOTRÓPICO em 50ml de água potável e fará duas aplicações de 6 em 6h na garganta do animal com a seringa de 5ml, e o ELETROLÍTICO PET é um suplemento mineral para alimentação animal, é puro soro, que você deve misturar em 250ml (metade do pote de Qualy) e dar numa seringa maior de meia em meia hora, pois será só disso que ele estará se alimentando, enquanto não retomar sua vida normal.

Detalhe: é importante segurar a cabeça do animal enquanto administrar qualquer remédio na seringa, para que o líquido não vá para os pulmões, causando uma futura pneumonia, e seque-o acaso o procedimento tenha o molhado. É recomendável não dar o soro nas 2h que seguem entre a aplicação do ENTEREX e do ANTITÓXICO SM LIPOTRÓPICO, pois o animal o vomitará; meia hora após a aplicação do ANTITÓXICO SM LIPOTRÓPICO, você pode administrar o soro de meia em meia hora. É muito importante aplicar os três remédios durante três dias.
Repetindo: Você dá o ENTEREX, duas horas depois aplica o ANTITÓXICO SM LIPOTRÓPICO, e administra o soro de meia em meia hora após esse procedimento.

O SEGUNDO DIA:
O animal vomitará muito, em geral um líquido amarelado, que é o antitóxico eliminando as toxinas que o afetaram, e também ocorrerá diarréias. Fique atento a limpeza do bicho com um pano molhado. É através da urina, das fezes e dos vômitos que ele estará expelindo o quê tanto o deixou mal, portanto, outra vez aconselho: não deixe de dar-lhe bastante soro.

O TERCEIRO DIA:
Quando ele apresentar a primeira melhora, na sua mão (do dono), ponha um pouco de ração amolecida quinze minutos em leite quente, e vá alimentando-o sempre que puder, e até ele enjoar e rejeitar a absorção de sólidos, mas não deixe de dar o soro sempre, que é extremamente fundamental pra sua recuperação, assim como o carinho que você deve fazer no bichano, demonstrando a ele que não quer que ele se vá, e incentivando-o a lutar pela vida. Observação: Se a ração passar muito tempo no leite, ela fermentará e intoxicará mais o seu animal, que já estará debilitado, por isso, use pouca ração e pouco leite, já que você terá dificuldade de fazê-lo comer mais.

O QUARTO DIA:
Eu tenho uma poddle, animal de pequeno porte, portanto é recomendável ler a bula de cada remédio para não haver equívocos, pois para cada peso é uma dosagem. Caiana é uma cadela de treze anos, quase sem dentes, e foi envenenada no dia 31 de julho, às 19h, e no dia 04 de agosto já estava serelepe como sempre, deitando sobre os meus pés quando estou no computador. Ela dorme no meu quarto, num travesseiro forrado com um casaco de malha velho e duas bermudas rasgadas, do lado de sua água e do pote de ração, e vê-la de volta ao seu ritmo normal, me fez sentir algo que eu nunca havia sentido, pois fui capaz de salvar uma vida, sem ajuda dos tantos veterinários ambiciosos e calhordas, que fazem juramentos e cobram os olhos da cara, de R$100 a R$150 ou mais. Eu a salvei apenas com a indicação de um ou outro balconista atencioso de Petshops, com a experiência inspiradora da minha tia Bida (que me aconselhou a não desistir dela), com a paciência da minha mãe, que foi incansavelmente à rua buscar os remédios, e com minha total dedicação. Em outubro, ela fará 14 anos, e de presente vai ganhar uma tosa antecipada nesta quarta-feira, no PET RABICHO (24263095), na Avenida Comandante Guaranys, 20, loja A, Cidade de Deus, próximo ao nº 2697 da Estrada dos Bandeirantes, no sentido Curicica/Taquara, em Jacarepaguá, onde o Rodrigo (seu personal pet) sempre dá um trato responsa no pelo dela, deixando lindinha e cheirosa, a minha velhinha.


Equinos, bovinos, caprinos e suínos envenenados podem ser tratados com o mesmo procedimento, porém, com doses cavalares administradas por veterinários que não pensem em enriquecer às custas do sofrimento do animal e de seu dono.

tom.maria@hotmail.com

Boa sorte a todos!